Hoje eu queria viver
Tentar parecer algo vivo
Olho-me no espelho
Vejo um monstro
Se alimenta da felicidade
Da sobriedade
E da saudade
Não se satisfaz
Grito dentro dessa
Existência escura e
Ininteligível
Clamo por socorro
Meu coração sairá
Meu peito explodirá
O veneno não cessa
Socorro?
Sangue negro
Fere meus amigos
Irrita meus amores
Toma o lugar do vermelho
Consome minha essência
Ou seria ele
Minha essência?
Vinga solidão
Destroi tudo que cultivei
Nutra-se do meu futuro
Pois ao tempo
E em tempo
Eu só queria viver
terça-feira, 18 de dezembro de 2012
Monstro
Ensaio de obsessão
Vem cá
Me abraça
Seja eu
Numa fusão
Única e cósmica
Acabe comigo
Eu me destruo
E me reconstruo
Com você
Por você
domingo, 16 de dezembro de 2012
Não meça meu amor por causa deste episódio
sexta-feira, 7 de dezembro de 2012
Das rotinas
Do lado apático
Dos posers
Das pequenas carências
O porto seguro não existe.
sábado, 1 de dezembro de 2012
Do direito de amar
domingo, 25 de novembro de 2012
E quando chega lá?
quinta-feira, 22 de novembro de 2012
Só isso.
sexta-feira, 2 de novembro de 2012
Acho que é isso. Por hora.
sexta-feira, 26 de outubro de 2012
Despedida
quinta-feira, 25 de outubro de 2012
Revisando a matéria
quinta-feira, 18 de outubro de 2012
Visão embaçada
quinta-feira, 4 de outubro de 2012
Vazio
domingo, 23 de setembro de 2012
Eu me rendo
quarta-feira, 19 de setembro de 2012
Com a alma nua
Uma tequila, duas tequilas, cinco tequilas.
O batom vermelho já borrado no co(r)po, música alta, amigos reunidos; uma injeção de euforia que funciona muito bem...por algumas horas.
Abri os olhos e o ar me sufocava, abri a porta e mundo parecia o caos. Poderia ser ressaca, TPM ou mau-humor matinal, mas parecia fome. Café quente, pizza fria; mas o vazio não passa, este é outro tipo de fome. É, fome daqueles atos enlouquecidos, fome de perder o fôlego, de sair de casa e voltar cheia de marcas. Elementar meu caro leitor, minha fome é de adrenalina. C9H13NO3, provavelmente a substância mais viciante de todas.
É disso que sinto falta, um dos meus maiores desejos, é muito estranho estar num universo dinâmico e de repente perceber-se estática. Este vazio se apoderou de mim como uma jibóia envolve sua presa, era como ter uma pedra no meu peito, algo que se assemelhava a uma mão apertando meu coração e comprimindo mais a cada pulsar.
Um vício frenético, uma agonia vulgar; é possível morrer de abstinência de vivacidade? E a tal da epinefrina? A verdade é que preciso disso e viver sem é o mesmo que definhar e apagar aos poucos quando tudo que se quer é ver algo queimar. Gosto de emoções à flor da pele e preciso de um choque de realidade, sem conivência. Tenho que lembrar de dizer a mim mesma: levante-se e faça! Só se vive uma vez.
Ao menos uma vez na vida a gente tem que se despir. Não, não falo de roupas - quantas vezes aquela camisa já não ficou jogada no chão?- Falo de despir a alma e vestir a própria pele. Largar as idéias pré-concebidas e ficar só com os princípios e com a essência. Largar tudo aquilo que se toma por verdadeiro ou falso sem ao menos saber o porquê. Quantas vezes a gente vai ficar pelo meio do caminho até aprendermos sobre a necessidade de quebrar algumas de nossas para sermos de fato felizes? O nome disso é liberdade, alguns limites existem unicamente para serem quebrados. Ah, depois de fazer isso uma vez repetir é quase irresistível; a vida precisa de tempero, de pimenta. Alguém aí pode me passar o sal e o limão?
segunda-feira, 3 de setembro de 2012
De peito aberto
domingo, 2 de setembro de 2012
Sobre esquecer
A ferida se abriu e o sangue escorreu em forma de lágrimas por todo um domingo ensolarado e convidativo.
domingo, 19 de agosto de 2012
O "Eu sabia!" nunca falha
sexta-feira, 17 de agosto de 2012
E assim vai
É...isso é real, realmente aconteceu. Você pode até ter jurado para si mesma que não deixaria acontecer, mas isso obviamente não está sob seu controle.
Garota, encare a verdade: seu coração está em pedaços e você está magoada, com a intensidade que lhe é característica, se sente exposta e em carne viva. Sim, eu sei que você iria até o inferno e voltaria por essa causa, mas isso que para ti é tão verdadeiro e tão visceral aparentemente só funciona assim sob sua própria ótica. Tudo bem, a frase "we didn't nothing!" fica ecoando na sua mente a todo tempo, é hipnótico e enlouquecedor -estás até imaginando a voz-, mas mude o foco um momento. Não digo isso por masoquismo ou auto-piedade, digo isso para que saibas como agir.
Sim, agir! Este é o seu cérebro falando.
Chore tudo que tem para chorar, grite e se arranhe; mas se fores tomar um porre, deixe o celular longe. Destile a sua dor e tome coragem para dizer tudo o que tem que ser dito (aposto que está arrependida por não ter feito isso antes), mas tente não ser injusta, tristeza não é passe-livre para crueldade. Agora deixe de ser cabeça dura, não é a primeira vez que a experiência te ensina a confiar na intuição. Douglas Adams já disse: "é importante ver primeiro e falar depois. Mas sempre ver primeiro, senão você corre o risco de ver apenas aquilo que quer."
Está tão difícil respirar, essa dor é sufocante; afrouxe um pouco seu espartilho, desate esse nó que está na sua garganta. Talvez você congele um pouco seu coração, não que este seja um bom meio de viver, mas esse só por um período de sobrevivência. Calma, vais aquece-lo novamente. Não hoje, mas vai. Mas que porra você está fazendo??? Desliga essa TV! Nunca fostes fã de Coldplay e essa é a pior hora para começar, vai lá ouvir Motorhead e gritar com o Lemmy.
Não que você deva ignorar seus sentimentos, mas use um pouco dessa massa cinzenta que você tanto se orgulha. É uma fase difícil, mas olhe em volta; levantar-se é uma questão de coerência. Medo de sentir dor? Já está doendo! Olhe para o seu quadril esquerdo e lembre de como esse desenho foi parar aí.
Então, não negue o que sentir, nem a dor, o carinho, o amor; nada. Deixe as coisas boas permanecerem...Chore, surte, enfureça-se; mas acima de tudo, reerga-se e a mágoa vai embora.
quinta-feira, 16 de agosto de 2012
Brainstorm
Attention whores
terça-feira, 14 de agosto de 2012
Não é doença nem obsessão, no fundo, bem lá no fundo
domingo, 12 de agosto de 2012
Let's put some color...
Sentada na penumbra daquele corredor deserto uma garota -aquela estranha e de cabelos coloridos- admirava a chuva. Não havia sol a lá fora a água banhava as árvores balançadas pelo vento com um barulho sublime e ensurdecedor.
O céu estava cinza, ela o adorava dessa forma. Mas talvez só gostasse tanto por que ironicamente, quanto mais cores ela encontrava, mais seu coração parecia estar em preto e
branco...ou sépia, vai saber.
É bem verdade que essa garota é o contraste em pessoa. Razão e sentimento, teoremas e poesias, equilíbrio e extremismo eram dualidades sempre presentes naquela cabeça. Mas ultimamente ela achava tudo morno...justo ela que era sempre tão intensa, há muito não sentia o coração disparar, nunca mais tinha chorado, suas paixões não eram como antes e sexo era apenas sexo. Embalada pelo barulho hipnótico da chuva perguntou-se quando havia ficado tão fria, perguntou-se o por quê de tudo lhe parecer tão apagado.
Resolveu que aquilo era demais, até mesmo para ela. Queria borboletas no estômago e um pouco de selvageria, queria paixões que a arrastassem para a insanidade, para que ela pudesse contar como havia sido. Da vida resolveu que sugaria até a última gota. Da luxúria arrancaria todos os gritos, queria perder o fôlego e se agarraria a isso com unhas e dentes.
Tomou a sábia decisão de recolorir seus dias, redecorar sua vida com toda purpurina que tinha direito. A liberdade é irrestível demais uma vez que se experimenta... Feito isso, respirou fundo, clareou a mente e se jogou de cabeça no mundo que se abria diante dela.
sexta-feira, 3 de agosto de 2012
Família é família, né?
quarta-feira, 11 de julho de 2012
Desistência temporária
terça-feira, 10 de julho de 2012
Mais um
segunda-feira, 25 de junho de 2012
Evoluindo
domingo, 17 de junho de 2012
Julgamento
quarta-feira, 23 de maio de 2012
Sofrimento homeopático
Eu não entendo. Quando eu tenho total convicção de que tudo acabou, de que superar é um verbo obsoleto, vejo-me escutando músicas melodramáticas. Elas me fazem esquecer todo o rancor e só sentir saudade... uma saudade boa.
Isso evolui para um sentimento de culpa. Talvez tenha sido minha culpa? Não, com certeza. Sim, com certeza. Certeza?
Querendo ou não, acabou. E é bom sentir essa saudade boa (triste, mas boa). Lembrar os melhores momentos, esquecer os ruins e, como os católicos costumeiramente fazem, negar a si mesmo e santificar o outro.
Santo, às vezes eu falo com Deus só por sua causa. Volto a acreditar nele por sua causa. Mas aí me lembro de que santos são lembranças boas. E me pego falando sozinho. Aliás, falando comigo mesmo. Com minha saudade.
terça-feira, 15 de maio de 2012
Pior inimigo
Estou cansado de ser um humano.
Estou cansado de não atender às expectativas.
Estou cansado de tentar ser forte.
Estou cansado de fazer coisas que não gosto.
Estou cansado de querer ser algo e não conseguir.
Estou cansado de não ter força de vontade (como antes).
Estou cansado.
E, pra variar um pouco, triste.
Entretanto, isso não diz respeito a ninguém a não ser a mim mesmo. Enfrento sozinho, mas às vezes tenho que parar pra descansar e acabo reclamando.
Não deveria reclamar.
Deveria lutar.
Mas estou cansado.
Quem sabe daqui a dois minutos, no auge da minha bipolaridade, não tenho um ímpeto de selvageria e enfrento a vida irracionalmente? Quem sabe daqui a duas horas? Amanhã? Semana que vem? Ano que vem?
É. Realmente.
Sabe... eu costumava seguir sem me cansar. Horas envolvido com o mesmo projeto (de vida).
O que houve?
Onde foi que me perdi?
Eu quero voltar a ser o que era: incansável.
Acho que só eu posso me ajudar.
E se não me ajudo, estou me atrapalhando. E se sou o único que não ajuda (por ser o único que pode me ajudar), sou o único a me atrapalhar. E se me atrapalho, sou meu próprio inimigo. E se sou meu único inimigo, sou meu melhor e pior (inimigo).
Eu, tire-me daqui! Flua pela quarta dimensão e traga a essência do meu eu do passado. Torne-me eu novamente. Não desista, lutando contra mim. Lute, por mim.
Eu! Levante-se porra! Seja humano novamente! Suja super novamente! Faça os olhos de outrem brilharem de orgulho como o fizeram em outros tempos.
"Estou tentando..."
Consiga, ou declararei guerra a mim mesmo.
quinta-feira, 10 de maio de 2012
Matematizando
Estou me vendo apaixonado pela filosofia e pela física. Não me pergunte o porquê, nem muito menos de onde tirei essa paixão que, pressupõe-se, deveria existir desde os tempos remotos da infância. Comecei a me reciclar, a seguir novamente um objetivo, a abandonar os vícios, pouco a pouco.
Só espero que dê tempo de me consertar a tempo de consertar meu semestre na faculdade.
Ah, Lucas, presta atenção: só quem deve ler, lerá, beleza?
E sim, estou feliz, muito, depois de um açaí envolvendo as três pessoas mais importantes da minha vida, depois, é claro, dos meus próprios familiares.
terça-feira, 1 de maio de 2012
Esquecendo?
Acabei esquecendo e só me dei conta agora. Talvez não tenha sido tão importante assim. Ou foi e a importância se diluiu em níveis homeopáticos. Vai saber.
Acabei me lembrando de um outro alguém, ao qual fiz tanto mal quanto me fizeram. Talvez seja o destino me golpeando com sua adaga da justiça. O fluxo de energia tentando nivelar o desequilíbrio. Talvez eu esteja sofrendo pra compensar o sofrimento que provoquei.
No final, uma foto vale mais que mil cartinhas, sejam elas de punho ou digitadas.
Foto não mente. E não deixa algo cair em esquecimento.
terça-feira, 24 de abril de 2012
Brincando de normalidade
A rotina está bastante corrida. Aliás, muito corrida. Talvez por isso eu, quase sempre, tenho não pensado. Sem querer. Acordo atrasado, às vezes tomo uma xícara de café e como duas fatias de pão de forma integral com queijo. Saio correndo, muitas vezes sem tempo pro banho. Chego na faculdade com o desânimo típico de um veterano destruído de cansaço e preguiça, já que meu curso não é nem de perto aquilo que sonhava. Daí aparecem minhas alegrias: meus amigos. Falo merda. Xingo. Abraço. Fico louco na frente deles. Falo mal de tudo e de todos. E a única coisa que eles tem a dizer é: "Vamos, converse com a gente, o que você tem a dizer?" Às vezes não quero dizer nada, só quero ficar ali, com eles. Quieto, observando o que eles fazem, o que eles dizem. Pouco me importa o que pensam de mim. Aliás, importa sim, sempre tento melhorar pra continuar ao lado deles. Mas aí a realidade chama, o relógio acusa quarenta minutos de atraso, perco a chamada, vou pra aula, faço o check-in no Foursquare. Tento prestar atenção, mas tudo parece tão chato e vazio. Aula quase acabando, vou ver meus amigos de novo, rir de novo, esquecer o vazio, de novo. Por dez longos e deleitosos minutos.
Hora do almoço! Vão almoçar comigo? Não... ok, então. Daí chega a tarde, chega a noite, chega a hora de dormir. Tudo passa tão devagar e, mesmo assim, não tenho a mínima vontade de fazer o que deveria fazer: obrigações acadêmicas e obrigações pessoais. Minha agenda vai se transformar em um mausoléu de projeções e sonhos. E é assim que minha vida continua, dia após dia.
"Você desistiu dos seus sonhos?" Eu diria que não há um tempo atrás, quando ainda tinha aquele fogo de vontade dentro de mim. Não sei mais... Lidar com frustração requer um nível de maturidade que descobri não ter ainda. É claro que estou tentando e, entenda-se por frustração não só a frustração no amor, mas a frustração na família, nos estudos, no trabalho, pessoais. Eu, mais do que nunca, tenho tratado cada pequena desgraça da minha vida com uma ironia e um humor que ainda não consegui achar alguém que faça o mesmo ou que pelo menos torne isso visível. Mas estou começando a saturar. Aliás, acho que estou terminando de saturar.
"Puxa, que cara carente!" Nada a declarar, se carente estiver com um sentido pejorativo aqui. Porém, no sentido de necessidade, sim, sou carente. Como diria Raquel de Queiroz: "A gente nasce e morre só. E talvez por isso mesmo é que se precisa tanto de viver acompanhado."
O que está me mantendo, não diria intacto, mas forte o suficiente, são meus amigos. Mas e quando eles se afastarem e tudo for by my own? "Acharás outros amigos, não se preocupe." Não estou certo disso.
É bem certo que as pessoas vem e vão, assim como os amigos. E é bem certo que estou escrevendo esse texto todo cheio de melodramas pra chegar ao assunto central somente agora. Hoje eu pensei. Pensei e pensei e pensei e pensei. Não quero mais pensar. Cansei de tentar achar uma ordem, uma lei, uma regra, uma receita pros fenômenos da minha vida, cansei de Rubem Alves, cansei de platonismo, cansei. Não quero saber o porquê mais, só quero conseguir aceitar. Quero meu misticismo de volta. Cansei de ser racional, pois dói, ao contrário do que muita gente pensa. Ser racional me faz chorar, me faz querer entender coisas que só me fazem mal e, ao tentar entender, me sinto mais mal ainda. Foda-se a racionalidade. Quero acreditar em um novo deus, de preferência nos moldes pré-socráticos. Um não, em vários deuses. Quero me sentir rodeado de seres com poderes sobrenaturais que podem resolver cada uma das minhas frustrações separadamente. Porque eu mesmo não quero resolvê-las. Tomara que se explodam.
Hoje eu pensei, quebrando toda a normalidade da minha vida fútil. Agora sei que o normal só é um vidro fumê que tenta esconder toda a verdade, tudo o que há de inacabado dentro de cada um. Pensei, me frustrei. Pensei, pensei, para de pensar!
E eis que a pergunta demoníaca pulou, gritou, deu-me um soco com tudo no meio da minha racionalidade: POR QUÊ?! Não! Não vou responder! Não tenho que responder! Não sei responder! Não quero saber responder! Dói, não faz isso racionalismo desumano! Eu ainda não cresci pra suportar essa pergunta! Eu ainda não cresci. Forçaram meu crescimento, não fui eu, eu juro.
Apesar de tudo, amanhã a brincadeira recomeça. Hoje os brinquedos não estavam lá pra me manter ocupado, mas amanhã eles estarão. Não vou precisar pensar, que bom! Vou voltar a brincar de normalidade. Até que o dia 30 de abril chegue e eu tenha que pensar novamente, não porque quero, mas porque o racionalismo vai me jogar a obrigação da superação bem no meu colo. Vai me forçar a crescer. E crescer dói.
quarta-feira, 18 de abril de 2012
Digo, mas não faço.
domingo, 15 de abril de 2012
Levando
Mas daí chega o domingo a tarde, alguém posta uma música no Facebook, você escuta, as substâncias cerebrais fazem sua parte, várias imagens começam a correr na sua cabeça como um documentário, outras, nem tão verdadeiras, mostram seu desejo como um filme de ficção. Você tenta afastar, mas é tão bom relembrar, é tão bom sentir, nem que seja por imagens... E você chora.
15 minutinhos de choro, porque depois chega um amigo legal no chat e faz uma piada épica. Você ganha a noite sendo acalentado pela amizade, por piadas, zoações a respeito de coisas aparentemente sérias da vida, joga conversa fora, ri da desgraça (sua e alheia), e fica preocupado porque sua vida está passando cada vez mais rápida e seus sonhos ainda não foram alcançados ou estão tão longe quanto Betelgeuse.
Queria ter um sofá bem vermelho de camurça, Chesterfield, pra poder ir e voltar no tempo quando fosse necessário. Na verdade, acho que só queria voltar uma vez no tempo. Resolveria. De vez.
segunda-feira, 9 de abril de 2012
Dificuldade
Eu tenho tentado de todas as maneiras possíveis apagar da minha cabeça o que houve. Mas minha condição humana não aceita esse fim. Não aceita essa decepção. Não aceita ter se transformado em um nada, do nada. Simplesmente não aceita essa morte semântica, emocional, temporal, existencial. Essa semana é só a segunda semana que eu inicio sem alguém do meu lado, alguém que eu realmente amasse. Duas semanas pra quem sempre teve a quem amar por quase sete anos consecutivos (incluindo dois relacionamentos) é um desespero.
Estou gastando toda a minha serotonina pra apagar essa chama de tristeza que me faz querer chorar de duas a três vezes ao dia. Mas, infelizmente, não se compra serotonina em lojas de departamento e a minha é limitada. Eu preciso me curar logo, é tudo o que eu sei. Se eu não fizer isso logo, não sei o que vai ser de mim, dos meus estudos, da minha vida em si. Infelizmente, minha vida, de modo geral, é fortemente ligada à minha condição emocional. Ou seja, se minha condição é uma merda, minha vida é uma merda.
Eu não quero fazer pose, não quero parecer idiota, não quero ser mais um emocore pro pessoal sair por aí falando mal por não ter mais o que fazer. Afinal, nunca liguei pro que as outras pessoas pensam a respeito de mim e não vai ser agora que isso vai mudar. Mas vou escrever, escrever, escrever, o quanto for preciso, pra poder me curar. Mesmo que eu pareça ridículo. Mesmo que eu pareça fraco. Mesmo que eu pareça o que você achar que eu pareça. Estou tentando me curar. Se fosse fácil, eu não teria esse blog, eu estaria terminando meu TCC neste momento ao invés de escrever coisas que não vão acrescentar algo na minha vida profissional. Eu preciso disso.
Procuro ler textos de psicologia, tentando fortalecer minha parte racional. Dia após dia estou trancando minha parte emocional num canto muito obscuro do meu coração, pois pretendo lidar com ela depois. Mas os uivos de dor dessa parte estão me contaminando e, de vez em quando, deixo ela sair pra passear e acabo desabando. Tão logo quanto solto, tenho que prendê-la novamente para que o estrago não seja tão evidente nem pra mim, nem para os outros que convivem comigo. Estou ficando seco, amargo, cada dia mais e mais... Não vejo graça em mais ninguém, piadas não fazem mais sentido, sonhos destruídos ou até pulverizados, impossibilitando-os de serem reconstruídos.
Sabe o que mais dói? Você termina um relacionamento e, se ainda gosta da pessoa, fica feliz por ela estar se dando bem na vida, conseguindo alguém novo, legal, melhor que você (ou pior, mas que a faça mais feliz), ou você até se transforma em algum tipo de amigo, só pra mantê-la do seu lado por um pouco mais de tempo... Talvez anos... Meses... Dias... Até segundos são aceitáveis. Quando, do contrário, o relacionamento termina e todo o fluxo de informação sobre a pessoa é cortado, você se sente fraco e idiota quando a stalkea. O orgulho próprio faz de tudo pra evaporar, mas sua parte racional o impede. É como se a pessoa tivesse morrido. Morte prematura de quem você chegou a amar de uma maneira ímpar, única, incondicional nas condições mínimas. Imagina só alguém de sua família, justamente aquela pessoa que você tem um carinho imenso, sua mãe por exemplo, morre, mas continua a caminhar livremente pelo mundo. Às vezes você se encontra com ela na rua, mas ela está em outro plano, não te enxerga, não te conhece, não lembra de você. Sua mãe, cara! Passando do seu lado e te ignorando completamente. É assim que eu me sinto.
Acho desnecessário. Acho infantil. Acho o que eu quiser achar. Mas eu sei que isso não vai fazer diferença, pois, mesmo por meio deste texto, por meio de posts em Facebook, Twitter, Instagram ou outra rede social, ou até informações cedidas por amigos, eu sei que jamais conseguirei tocar o coração dessa pessoa novamente. Não por falta de vontade, mas porque ela se encontra em outro plano. Morreu. Ignora completamente a minha existência. Ignora o passado. Ignora tudo. Jogou tudo pra debaixo do tapete, como eu sempre dizia. Sou um mísero pó, uma sujeira estocada no porão daquele coração complexo. Ou, vai saber, nem lá mais estou.
Preciso me reencontrar, jogar uma corda, um bote. Estou me afogando e não quero me transformar em uma pessoa rancorosa e de mal com a vida, pois eu nasci pra vencer. Nasci pra me divertir. Nasci pra realizar meus sonhos (e de outras pessoas). Nasci pra amar.