sexta-feira, 17 de agosto de 2012
E assim vai
É...isso é real, realmente aconteceu. Você pode até ter jurado para si mesma que não deixaria acontecer, mas isso obviamente não está sob seu controle.
Garota, encare a verdade: seu coração está em pedaços e você está magoada, com a intensidade que lhe é característica, se sente exposta e em carne viva. Sim, eu sei que você iria até o inferno e voltaria por essa causa, mas isso que para ti é tão verdadeiro e tão visceral aparentemente só funciona assim sob sua própria ótica. Tudo bem, a frase "we didn't nothing!" fica ecoando na sua mente a todo tempo, é hipnótico e enlouquecedor -estás até imaginando a voz-, mas mude o foco um momento. Não digo isso por masoquismo ou auto-piedade, digo isso para que saibas como agir.
Sim, agir! Este é o seu cérebro falando.
Chore tudo que tem para chorar, grite e se arranhe; mas se fores tomar um porre, deixe o celular longe. Destile a sua dor e tome coragem para dizer tudo o que tem que ser dito (aposto que está arrependida por não ter feito isso antes), mas tente não ser injusta, tristeza não é passe-livre para crueldade. Agora deixe de ser cabeça dura, não é a primeira vez que a experiência te ensina a confiar na intuição. Douglas Adams já disse: "é importante ver primeiro e falar depois. Mas sempre ver primeiro, senão você corre o risco de ver apenas aquilo que quer."
Está tão difícil respirar, essa dor é sufocante; afrouxe um pouco seu espartilho, desate esse nó que está na sua garganta. Talvez você congele um pouco seu coração, não que este seja um bom meio de viver, mas esse só por um período de sobrevivência. Calma, vais aquece-lo novamente. Não hoje, mas vai. Mas que porra você está fazendo??? Desliga essa TV! Nunca fostes fã de Coldplay e essa é a pior hora para começar, vai lá ouvir Motorhead e gritar com o Lemmy.
Não que você deva ignorar seus sentimentos, mas use um pouco dessa massa cinzenta que você tanto se orgulha. É uma fase difícil, mas olhe em volta; levantar-se é uma questão de coerência. Medo de sentir dor? Já está doendo! Olhe para o seu quadril esquerdo e lembre de como esse desenho foi parar aí.
Então, não negue o que sentir, nem a dor, o carinho, o amor; nada. Deixe as coisas boas permanecerem...Chore, surte, enfureça-se; mas acima de tudo, reerga-se e a mágoa vai embora.
quinta-feira, 16 de agosto de 2012
Brainstorm
Por que você tenta tanto? Por que você quer tanto me entender? Eu mesmo não me entendo. Como você poderia me entender? Que pretensão é essa? Pare com isso. Pare já. Isso está me deixando com medo. Eu devia estar feliz, mas estou com medo. Muito medo. Cada dia, cada mensagem que envio, me dá um frio na barriga. Eu quase choro quando vou pra cama. E não é choro de tristeza, nem de felicidade, é de desespero. Estou assustado. Desesperado. O que está acontecendo? De novo? Eu vou ter que passar por tudo aquilo outra vez? Já não chega? CHEGA! Mas... O que será de mim, se eu não tentar? Eu construí um verdadeiro castelo de gelo ao redor dos meus sentimentos. Nada penetra, nada perturba, nada influencia. Então, por que estou assim? O que você está usando? Que magia é essa? PARA! Não vê que está me assustando? Para, agora, sério. É insuportável. Quero correr. Quero chorar. Quero sorrir. Quero fugir. Quero morrer. Desde quando eu fiquei tão medroso? Logo eu, que já enfrentei tanta coisa, já pensei tanta coisa. Minha cabeça agora está inebriada da mais pura e simples insegurança. Não sobre o futuro, nem sobre o passado, nem sobre você. Sobre mim. Por não julgar as pessoas acabo não tendo opinião formada. Acabo não tendo personalidade. Acabo não sendo algo. Quem sou eu? Como assim, eu? O problema aqui é você! Qual o meu problema? Qual o seu problema! Saia da minha vida! Me deixa, ainda não me recuperei. Não posso fazer isso... Não quero magoar você... Não quero envolver ninguém no meio desse rancor. Eu sou um poço, daqueles bem profundos, transbordando rancor. Ninguém nunca saiu de lá. Não se contamine, mantenha distância. Não me faça ter mais rancor de mim mesmo por estragar a vida de mais alguém. Você não merece isso. Eu não te conheço direito, mas tenho certeza de que você não merece isso. Ninguém merece. Fuja, antes que seja tarde. Esse turbilhão de loucura e psicose vai acabar te alcançando. Eu vou te magoar sem nem saber. Eu não vou conseguir lidar. Você, principalmente, não vai conseguir lidar. Sabe por que não vou em psicólogos? Eu os analiso e roubo seus empregos. Ou os deixo loucos. Não se meta comigo. Não se meta com essa mente rancorosa e vil. Daqui não sai nada de bom. Daqui jamais sairá algo que preste, algo que dê frutos, algo que dê futuro. E ela cresce rápido. Rápido até demais. É como se houvesse outra personalidade nascendo, se alimentando de inteligência, de informações, coletando, julgando, fazendo planos. Não consigo mais me controlar. Meu rancor está se tornando minha personalidade. Segunda personalidade. Está massacrando essa que escreve nesse momento, não aquela do começo do texto. Daqui a pouco ela volta, espera só. Isso é fruto de muitos problemas, os quais não abordarei jamais. São segredos envenenados escondidos nos mais profundos escombros dos porões que destruí, desesperadamente, na tentativa de esquecer o passado. Você está reconstruindo a parte boa de mim. Não faça isso... A parte ruim não está achando nada legal. Está perdendo espaço. Pare com isso, já disse. Saia logo. Vá viver sua vida bem longe. Eu sou uma bomba relógio. Sou um relacionamento fadado ao fracasso. Tenho prazo de validade, pois estou sempre podre. Eu sou podre. Todo podre. Sabe esse sorriso falso no meu rosto? É só pra agradar. Há tempos não sorrio de verdade. Aprendi a fingir pra mim mesmo (o pior tipo de falsidade). O aviso está dado. Mas, ó, se conseguir me salvar, por favor, salve de verdade. Lute com unhas e dentes, me agarre com toda a sua força, chore comigo, brigue comigo, me beije na frente de freiras, dê tapas na minha bunda em público, soque alguém por mim. E, o mais importante, se ao fim disso tudo você perceber que eu estava certo, por favor, pegue uma arma e me mate encapuzado. Pois assim pouparei meu suicídio e morrerei pensando que você realmente me salvou... e que realmente (e finalmente) me amava.
Decida-se.
Attention whores
Attention whores, figuras mitológicas poderosíssimas. Eu realmente gostaria de entender tamanha carência. Na verdade, gostaria de entender o porquê dessas pessoas direcionarem sua própria psicose no sentido de conseguir atenção de tudo e de todos. E quanto mais difícil é, mais elas lutam. No campo do amor, então, é um caso de tortura emocional para os despreparados. Eu estava despreparado, mas agora estou armado até os dentes.
Se apaixonar por um monstro desses é o pior golpe que o destino poderia lhe dar. E, como sou muito sortudo, né, adivinhem. Começou com conversas e terminou quando eu saí da internet no meio da madrugada chorando. Isso não poderia ser algo normal, saudável, comum. Eu teria que parar, ativar o autocontrole emocional que desenvolvi depois do último relacionamento. Congelar o coração é uma arte, requer treinamento, esforço. Jamais vai ser um congelamento perfeito, mas, pelo menos, você consegue se controlar.
Eu não sei se é medo, prazer ou graça que elas sentem. Conquistam, fofas, lindas, almas gêmeas. Somem, desculpas sem sentido, um "não" pela metade, só pra te manter perto, bem em cima do muro, no equilíbrio, pra que você as atenda quando perceberem que está desistindo. Dói. Acho que esse é o objetivo. Ver-lhe sofrer é o maior passatempo dessas entidades malignas.
Mais uma vez o "foda-se" se mostrou a melhor arma. Vou acabar tatuando isso bem na testa.
[Só me deixe em paz se não tem coragem de nada.]
terça-feira, 14 de agosto de 2012
Não é doença nem obsessão, no fundo, bem lá no fundo
No fundo, bem lá no fundo, eu espero uma quinta-feira a tarde pra te encontrar. Sentir aquele friozinho de susto na barriga ao te ver depois de tanto tempo. Começar a tremer, ficar com as mãos geladas e suadas, corar. Apertar o maxilar como se estivesse tentando arrancar todos os dentes com a própria força. Aquela falta de ar que teima em inflar, mesmo que de mentirinha, a minha cabeça. Aquela explosão de raiva, rancor, decepção, alegria, emoção, carinho, inveja, saudade, beleza, amor.
Não me importaria se tudo desse errado, se você só virasse sua cara, tentando fazer de conta que eu não existo. No fundo, bem lá no fundo, eu sei que você sentirá os mesmos efeitos. Talvez a gente só passe um pelo outro, evitando trocar olhares, e nunca mais nos veríamos de novo. Talvez nossos olhares se encontrem, fazendo com que amaldiçoemos a nós mesmos por tamanha besteira. Talvez eu te veja e você não me veja. Talvez eu não te veja e você me veja. Talvez você esteja acompanhando. Talvez eu esteja acompanhado. Mas, com certeza, toda a certeza, você e eu sentiremos, por meros segundos, tudo aquilo que já sentimos um dia. Um dia não, vários dias. Será tão intenso que eu (e você), ao invés de se alegrar com tal sentimento, ficarei amedrontado e fugirei dali. Fugirei da última vez que te verei. Mas, pra mim, vai ser o suficiente pra reviver toda a memória, colocar meu coração pra bater de novo, minhas lágrimas pra jorrarem, minhas mãos pra tremerem.
Fugirei, pois, só assim, mergulhado nesse lago de desilusão e incerteza, de amor incondicional e de rancor amanteigado, poderei manter sua memória pra sempre no meu coração.
domingo, 12 de agosto de 2012
Let's put some color...
Sentada na penumbra daquele corredor deserto uma garota -aquela estranha e de cabelos coloridos- admirava a chuva. Não havia sol a lá fora a água banhava as árvores balançadas pelo vento com um barulho sublime e ensurdecedor.
O céu estava cinza, ela o adorava dessa forma. Mas talvez só gostasse tanto por que ironicamente, quanto mais cores ela encontrava, mais seu coração parecia estar em preto e
branco...ou sépia, vai saber.
É bem verdade que essa garota é o contraste em pessoa. Razão e sentimento, teoremas e poesias, equilíbrio e extremismo eram dualidades sempre presentes naquela cabeça. Mas ultimamente ela achava tudo morno...justo ela que era sempre tão intensa, há muito não sentia o coração disparar, nunca mais tinha chorado, suas paixões não eram como antes e sexo era apenas sexo. Embalada pelo barulho hipnótico da chuva perguntou-se quando havia ficado tão fria, perguntou-se o por quê de tudo lhe parecer tão apagado.
Resolveu que aquilo era demais, até mesmo para ela. Queria borboletas no estômago e um pouco de selvageria, queria paixões que a arrastassem para a insanidade, para que ela pudesse contar como havia sido. Da vida resolveu que sugaria até a última gota. Da luxúria arrancaria todos os gritos, queria perder o fôlego e se agarraria a isso com unhas e dentes.
Tomou a sábia decisão de recolorir seus dias, redecorar sua vida com toda purpurina que tinha direito. A liberdade é irrestível demais uma vez que se experimenta... Feito isso, respirou fundo, clareou a mente e se jogou de cabeça no mundo que se abria diante dela.
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