quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Brainstorm

Por que você tenta tanto? Por que você quer tanto me entender? Eu mesmo não me entendo. Como você poderia me entender? Que pretensão é essa? Pare com isso. Pare já. Isso está me deixando com medo. Eu devia estar feliz, mas estou com medo. Muito medo. Cada dia, cada mensagem que envio, me dá um frio na barriga. Eu quase choro quando vou pra cama. E não é choro de tristeza, nem de felicidade, é de desespero. Estou assustado. Desesperado. O que está acontecendo? De novo? Eu vou ter que passar por tudo aquilo outra vez? Já não chega? CHEGA! Mas... O que será de mim, se eu não tentar? Eu construí um verdadeiro castelo de gelo ao redor dos meus sentimentos. Nada penetra, nada perturba, nada influencia. Então, por que estou assim? O que você está usando? Que magia é essa? PARA! Não vê que está me assustando? Para, agora, sério. É insuportável. Quero correr. Quero chorar. Quero sorrir. Quero fugir. Quero morrer. Desde quando eu fiquei tão medroso? Logo eu, que já enfrentei tanta coisa, já pensei tanta coisa. Minha cabeça agora está inebriada da mais pura e simples insegurança. Não sobre o futuro, nem sobre o passado, nem sobre você. Sobre mim. Por não julgar as pessoas acabo não tendo opinião formada. Acabo não tendo personalidade. Acabo não sendo algo. Quem sou eu? Como assim, eu? O problema aqui é você! Qual o meu problema? Qual o seu problema! Saia da minha vida! Me deixa, ainda não me recuperei. Não posso fazer isso... Não quero magoar você... Não quero envolver ninguém no meio desse rancor. Eu sou um poço, daqueles bem profundos, transbordando rancor. Ninguém nunca saiu de lá. Não se contamine, mantenha distância. Não me faça ter mais rancor de mim mesmo por estragar a vida de mais alguém. Você não merece isso. Eu não te conheço direito, mas tenho certeza de que você não merece isso. Ninguém merece. Fuja, antes que seja tarde. Esse turbilhão de loucura e psicose vai acabar te alcançando. Eu vou te magoar sem nem saber. Eu não vou conseguir lidar. Você, principalmente, não vai conseguir lidar. Sabe por que não vou em psicólogos? Eu os analiso e roubo seus empregos. Ou os deixo loucos. Não se meta comigo. Não se meta com essa mente rancorosa e vil. Daqui não sai nada de bom. Daqui jamais sairá algo que preste, algo que dê frutos, algo que dê futuro. E ela cresce rápido. Rápido até demais. É como se houvesse outra personalidade nascendo, se alimentando de inteligência, de informações, coletando, julgando, fazendo planos. Não consigo mais me controlar. Meu rancor está se tornando minha personalidade. Segunda personalidade. Está massacrando essa que escreve nesse momento, não aquela do começo do texto. Daqui a pouco ela volta, espera só. Isso é fruto de muitos problemas, os quais não abordarei jamais. São segredos envenenados escondidos nos mais profundos escombros dos porões que destruí, desesperadamente, na tentativa de esquecer o passado. Você está reconstruindo a parte boa de mim. Não faça isso... A parte ruim não está achando nada legal. Está perdendo espaço. Pare com isso, já disse. Saia logo. Vá viver sua vida bem longe. Eu sou uma bomba relógio. Sou um relacionamento fadado ao fracasso. Tenho prazo de validade, pois estou sempre podre. Eu sou podre. Todo podre. Sabe esse sorriso falso no meu rosto? É só pra agradar. Há tempos não sorrio de verdade. Aprendi a fingir pra mim mesmo (o pior tipo de falsidade). O aviso está dado. Mas, ó, se conseguir me salvar, por favor, salve de verdade. Lute com unhas e dentes, me agarre com toda a sua força, chore comigo, brigue comigo, me beije na frente de freiras, dê tapas na minha bunda em público, soque alguém por mim. E, o mais importante, se ao fim disso tudo você perceber que eu estava certo, por favor, pegue uma arma e me mate encapuzado. Pois assim pouparei meu suicídio e morrerei pensando que você realmente me salvou... e que realmente (e finalmente) me amava.

Decida-se.