Sabe o que é legal dessa porra toda de relacionamento? Quando você se toca de que amar realmente é sofrer. E nem sempre é um sofrimento ruim, sabe? Eu, por exemplo, costumo ficar até 3:30 da manhã chorando por causa de um "Eu te amo". Já fiz coisas piores: já saí pra beber e quase entrar em coma alcoólico depois de um "Não". Ultimamente não sei mais do que sou capaz. Ou seja, esse blog não vai fechar tão cedo. Talvez feche no dia em que eu me cansar de escrever ou no dia em que eu morrer. Como o primeiro não vai acontecer, então esperemos que eu morra.
Está vindo tudo à tona, aquele sótão, aquele sarcófago congelado, o mais profundo breu do meu coração está saindo. Já viu alguém que fuma durante anos parar e começar o tratamento a fim de se purificar? Causa muita tosse, vômitos de catarro negro, excesso das substâncias que estavam impregnadas no pulmão que saem pra deixar o corpo novinho em folha, pronto pra outra. Estou mais ou menos nessa situação. Tá saindo tudo, tô vomitando tudo, tô chorando tudo, tô me purificando, tô quase morrendo.
Na verdade, tô tremendo de medo. Repetir tudo aquilo, sofrer, brigar, discutir coisas sem sentido. Dessa vez não vai ser assim, mas ainda assim, tenho medo. Medo de me entregar totalmente e da maneira errada, novamente. Eu tenho essa mania de ter que ter garantias antes de apostar, mas esqueço que estou lidando com o campo dos sentimentos. Tudo é aleatório aqui. Eu não tenho garantia alguma. Ele também não. Mas vou apostar, de novo, tudo. E cá se encontra o ser mais temeroso, aquele que não sabe o que fazer, não sabe o que perder, não sabe o que ganhar, que se desespera por isso e chora.
Eu desejei tanto que esse momento existisse, achei que nunca mais estaria nessa condição. Já tinha eliminado tal futuro da minha mente, praticamente, digo. E, pluft! Uma SMS (e uma dose imensa de coragem) e as coisas voltaram, apesar de bem diferentes. Mas diferente é o certo, se acontecesse como antes, acabaria como antes. Será que acabará? Se acabar, que acabe de maneira totalmente diferente.
Se acabar de novo, já estarei ciente de todo o processo (que não sei se é o processo natural e correto). Não tentarei acelerar, só vou aceitar. Sofrimento é algo com o qual você aprende a conviver. Você aprende a viver, de fato. Sofrer é expectar. Quanto maior a expectativa, maior o sofrimento. Então, vou esperar o mínimo, o básico, o resto, o que vier, vai ser um bônus, o glacê, a cereja, a calda, o que vai me fazer mais feliz, por mais idiota que pareça.
Quando você não espera, você se liberta. Aprende a se amar. Nem você consegue suprir suas próprias expectativas, não seja idiota o bastante em acreditar que outros seres o farão em seu lugar. Pare de ser enjoado, meu filho. Largue em paz quem você quer em paz. Deixe voar, deixe viver, não cobre, apenas dê. Mas não dê muito, cada um tem seu limite de doçura. Um café é um café, um chocolate quente é um chocolate quente. É complicado, eu sei.
Felicidade desesperadora. Acho que é isso. Por hora. Vamos ver como me comportarei nos próximos dias. Mas eu só queria deixar uma última mensagem nesse post, então preste atenção e vê se para de dramatizar sua vida. Uma coisa é escrever, fazer música, fazer melodia, atuar, fazer arte, melodramática, dramática, desesperadora, explosiva, seja lá o que você acha que é ou o que sente.
Amor e o desejo de morrer não devem ser ditos. Devem ser feitos. Do contrário, não passa de falácia barata e dramática, coisa que eu realmente odeio.
Demorei tanto tempo pra receber amor verdadeiro de alguém (e nem assim acho o suficiente, pois sou um monstro) que não suporto ouvir um "eu te amo" aleatório com menos de 10 anos de amizade ou, no caso do amor conjugal, depois de transpor desafios aparentemente impossíveis de serem transpostos. Lembrando que não tenho amizade de mais de 10 anos de duração, ou seja, ninguém nunca disse que me ama, amigavelmente.
Não me venha com "eu te amo" nem com "quero morrer", pois, automaticamente, saberei que é pura hipocrisia. Se fosse verdade, você estaria agora ou do meu lado afagando meus cabelos ou morto em algum velório (que provavelmente eu não estaria).