segunda-feira, 3 de setembro de 2012

De peito aberto



Bom, voltamos para aquela garota estranha. É, aquela de cabelos verdes e quadril tatuado que só sabe falar de si mesma na terceira pessoa. Viu?! Eu disse que (ela) era estranha.
Ela até tentou ser mais fria, mas a lembrança daquele garoto lhe aquecia a alma. Como foi dito no texto anterior, é irritante tentar esquecer e a garota não queria isso. Não é algo que simplesmente se deixe para lá.
A verdade é que por onde quer que ande, ela o deseja ao seu lado; em cada situação estranha que se mete –e é um número bem considerável- o imagina lá, participando de seus risos. Sim, aquelas gargalhadas que fazem a pessoa lacrimejar e a barriga doer. Ela quer tocá-lo e perder o fôlego. Mas que tipo de cientista é essa que vive com a cabeça nas nuvens?
Ah...mesmo com toda a distância ela o quer presente. Cada menção dele faz com que seu sangue pulse mais forte; é como se seu corpo fosse percorrido por impulsos elétricos nascendo no peito e espalhando-se até as pontas dos dedos. Pode até ser insano, mas é delicioso. A garota até cogitou a hipótese de congelar seu coração, mas só de pensar nele um sorriso invadia seus lábios e não havia nada que o tirasse de lá. Foi aí que soube que era um caminho sem volta, em situações assim não há muito que fazer além de mergulhar de cabeça e encarar as consequências. Decidiu-se por abrir mão da racionalidade e cuidar das borboletas em seu estômago.
Se tivesse que chorar, choraria; se tivesse que se alegrar, viveria isso com toda a intensidade que lhe era própria, mas não seria coadjuvante da sua própria vida, tinha que ser leal com seus próprios sentimentos.
Respirou fundo e escancarou certas verdades de peito aberto. Sabia que sentiria uma dor excruciante ou uma felicidade sublime, mas o que quer que aconteça vai sugar até a última gota, ela sabe onde está a sua toalha.  






domingo, 2 de setembro de 2012

Sobre esquecer

É irritante tentar esquecer. Cada dia colocar uma pedra sobre algo vivo. Aquela agonia de ver algo agonizando. Será que nunca vai morrer? Dia após dia eu vivo, penso que vivo. Minhas conquistas já não fazem tanto sentido. São somente ferramentas pra me deixar feliz por um tempinho. O que eu quero de verdade, acho que jamais conseguirei.

A ferida se abriu e o sangue escorreu em forma de lágrimas por todo um domingo ensolarado e convidativo.