Bom, voltamos para aquela garota estranha. É, aquela de cabelos verdes e quadril tatuado que só sabe falar de si mesma na terceira pessoa. Viu?! Eu disse que (ela) era estranha.
Ela até tentou ser mais fria, mas a lembrança daquele garoto lhe aquecia a alma. Como foi dito no texto anterior, é irritante tentar esquecer e a garota não queria isso. Não é algo que simplesmente se deixe para lá.
A verdade é que por onde quer que ande, ela o deseja ao seu lado; em cada situação estranha que se mete –e é um número bem considerável- o imagina lá, participando de seus risos. Sim, aquelas gargalhadas que fazem a pessoa lacrimejar e a barriga doer. Ela quer tocá-lo e perder o fôlego. Mas que tipo de cientista é essa que vive com a cabeça nas nuvens?
Ah...mesmo com toda a distância ela o quer presente. Cada menção dele faz com que seu sangue pulse mais forte; é como se seu corpo fosse percorrido por impulsos elétricos nascendo no peito e espalhando-se até as pontas dos dedos. Pode até ser insano, mas é delicioso. A garota até cogitou a hipótese de congelar seu coração, mas só de pensar nele um sorriso invadia seus lábios e não havia nada que o tirasse de lá. Foi aí que soube que era um caminho sem volta, em situações assim não há muito que fazer além de mergulhar de cabeça e encarar as consequências. Decidiu-se por abrir mão da racionalidade e cuidar das borboletas em seu estômago.
Se tivesse que chorar, choraria; se tivesse que se alegrar, viveria isso com toda a intensidade que lhe era própria, mas não seria coadjuvante da sua própria vida, tinha que ser leal com seus próprios sentimentos.
Respirou fundo e escancarou certas verdades de peito aberto. Sabia que sentiria uma dor excruciante ou uma felicidade sublime, mas o que quer que aconteça vai sugar até a última gota, ela sabe onde está a sua toalha.