sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Do lado apático

Qual a graça em se viver em um mundo otimista? Otimismo e pessimismo possuem o mesmo módulo. A vida é como uma senoide oscilando entre probabilidades de acontecimentos ruins e acontecimentos bons. Se você não tem expectativas, poderá se surpreender tanto com os acontecimentos ruins quanto com os bons. Se você tem muitas expectativas, você também se surpreenderá, pois nada se encaixará no que espera. Então, refazendo a pergunta, qual o propósito de tentar entender os acontecimentos desse mar de aleatoriedades imprevisíveis? Se é pra se impressionar com o que acontece, que seja da melhor maneira possível: não esperando nada.

A garantia de sobrevivência não existe. Viver é uma coisa banal. Milhões nascem, milhões morrem. Então, por que se colocar em um pedestal, "amando-se em primeiro lugar", se quem mais te ama morrerá? Para que viver nessa hipocrisia, importando-se com amores, doenças, estudos, alimentação, se tudo se convergirá para o fim e o esquecimento? Que ridículas essas guerras e lutas sociais. Tão ridículas quanto campanhas solidárias de ONGs. Ajudar ou não ajudar, nada fará diferença no universo, fará? A história se perde. Você só será mais um idiota lutando por coisas idiotas que morreu de uma maneira idiota e, claro, ninguém saberá seu nome.

No fim de tudo, o que importa é fazer o que "precisa" ser feito, mesmo que pareça uma prática apática, aproveitando os efeitos sensoriais de seu corpo, as emoções, enfim. Correr atrás dos sonhos, por mais insignificantes que pareçam.