terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

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Ah... os bastidores. Você fica lá, tem um papel importantíssimo! Cuida de tudo, desde o fundamental aos detalhes mais ínfimos. Dá o sangue pelo que acredita. Lustra o brilho de outros corpos.
Enfim, é como um engrenagem: importantíssima para o funcionamento de um sistema mecânico, mas com atributos e história totalmente desconhecidos por quem não está diretamente envolvido nos projetos iniciais. Eita trabalho ingrato o de engrenagem, viu! Trabalha, sua, desgasta, tenta não dilatar, não esquentar e... para que mesmo? Ah sim, para agradar somente às engrenagens vizinhas. "Aposto que nem o motor sabe meu nome, aquele ingrato!", diria uma pequena engrenagem. Mas também, quem gostaria de saber o nome de algo que está ali só pra ajudar às vizinhas? Talvez fosse dispensável. Mas as vizinhas sabem que ela não o é. Elas sabem que a engrenagenzinha existe para conectá-las, torná-las felizes e se completarem. Extremamente insubstituível! "Não fique triste, o que importa é que nós te amamos e valorizamos!", diriam as vizinhas da pequena engrenagem. Mas ó, do fundo do coração, essas amigas tem vergonha da pequena engrenagem. Todos sabem do seu potencial, mas, por ser tão pequena, não merece ser conhecida. Então, para o motor, a engrenagenzinha é conhecida como "uma engrenagem amiga nossa". Soa melhor. Soa menos vergonhoso. Evita complicações. Dilacera a alma da pequena e tão importante pecinha.

Ah... os bastidores. Acho que nasci pra brilhar.

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